20 de junho de 2014

A Estante do Colecionador e as Novidades de Junho



Comprar, colecionar discos sempre foi uma terapia para mim, ou seja, é algo saudável que faço questão de cultivar como tradição, pois todos os meses faço a minha feirinha na internet via Mercado Livre ou nas grandes redes de livrarias e agora aqui em Ribeirão Preto temos a Livraria Cultura que tem em suas gôndolas lps e cds importados de artistas como Bob Dylan, The Kinks, The Who, Cream, Lynyrd Skynyrd, The Byrds e por ai vai, os preços são os mesmos do mercado para alguns, porém para outros é salgado e fica mesmo proibitivo realizar o sonho. Fazia tempo que não pintava na cidade uma loja tão aconchegante e repleta de variedades tanto nos discos quanto nos livros e pelo bom atendimento não resisti e me rendi de vez.


Para começar esse mês resolvi fazer um pacote especial, mas como a grana anda curta e os lps fora de qualquer promoção são realmente caros tive que me contentar em planejar apenas a compra de cds. Na quinta feira passada recebi meu adiantamento e já fui para lá inicialmente com a intenção de aproveitar a promoção de cinquenta por cento nos livros da Companhia das Letras, porém os títulos não eram tão interessantes, pois além da biografia do Mick Jagger, o mais interessante é o Abadon, o exterminador, do escritor argentino Ernesto Sabato. Quando cheguei lá já eram mais de cinco horas da tarde e já estava um pouco cansado depois de uma tarde na correria, mas depois de um lanchinho estava revigorado e de fato entrei na livraria me dirigi ao atendente solicitei uma daquelas sacolas para acomodar as compras e já em disparada para os livros e depois de pegar o tal livro fui para os discos no caso os cds, os lps deixei passar nem olhei na cara deles, que esnobe, metido não?

Como de costume comecei a vascular em ordem alfabética e a coisa estava promissora, pois o primeiro a entrar na dança foi o E.C. Was Here, do Eric Clapton, o preço estava barato demais para um cd importando, ou seja, paguei vinte e nove reais, o segundo a cair na sacola foi o With a Little Help my Friend, do Joe Cocker, o preço foi mais caro que primeiro e por ele desembolsei quarenta e quatro reais e noventa centavos e o terceiro foi o Arthur, do The Kinks cujo preço foi quatro reais mais do que o outro citado. O quarto foi cómico porque o achei de forma inusitada e levei um susto, ele é o John Wesley Harding, do Bob Dylan, mas o preço foi de doer, tive que desembolsar por ele sessenta e dois reais e noventa centavos, o quinto foi relativamente barato é o foi o Brothers and Sisters, do Allman Brothers Band e o sexto e último foi o No Reason to Cry, do Eric Clapton, mas o preço aqui foi mais em conta estava na casa dos trinta reais.

Ao final das compras estava satisfeito, pois foi uma das poucas vezes que pude fazer isso nessa cidade que a meu ver é entediante e vive apenas de moda. Não existe nada de mais prazeroso poder comprar livros e discos que você só conseguia via encomenda junto às livrarias da internet como a Estante Virtual, Livraria Saraiva e FNAC (que foi a penúltima a chegar) e agora recentemente temos a Livraria da Travessa, mas é uma porcaria deveria ter ficado onde estava. Quando cheguei em casa fui conferir as compras, ou seja, fui abrindo os cds e outra coisa que me fascina é escutar o rasgo dos plásticos e desmontar as caixinhas uma por uma e retirar o lacre de segurança com cuidado extremo para não danificá-los, pois os colo nas laterais da torre de meu computador, e este é um lugar já quase escasso que daqui a pouco não terá mais espaço e mesmo que não tenha vou continuar a guardar esses apetrechos. 

O primeiro a ir para o cdplayer foi o E.C Was Here, pois trata-se de um disco ao vivo resumido a seis faixas e nele o mestre das seis cordas está numa fase voltada para o pop, na bagagem acumulava álbuns ótimos e bons álbuns e um punhado de hits.O disco é ótimo e trás ótimas versões para Presence of the Lord e Can´t Find my Way Home ambas as faixas do Blind Faith cujo primeiro é único álbum foi lançado em 1969, às demais são músicas de blues e as versões recheadas de solos virtuosos que fazem a alegria de qualquer marmanjo fã de rock pesado, de blues e neste caso como declarado fã e Robert Johnson mandou uma versão pedrada de Ramblin´on my Mind as demais Have You Ever Loved a Woman, Driftin’ Blues e Further up the Road fazem deste um grande álbum, porém verdade seja dita faltou aqui uma série de hits que poderiam ter feito dele um clássico. 

Pela qualidade das gravações feitas em 1974 no Long Beach Arena, no Hammersmith Odeon e no Providence Civic Center qualquer um que conheça a carreira deste senhor de cara pode dizer que este é um álbum injustiçado mesmo sem os grandes hits. Enfim, é um daqueles fundamentais pela habilidade do próprio autor da obra quanto de sua banda de apoio que mostra-se excelente no blues/rock que executa e que merece um texto a parte contando a sua história nos pormenores. É super recomendado para quem gosta de rock, blues e não quer ouvir apenas hits e sim um guitarrista detonando. 


Esse eu conheci através do seriado Anos Incríveis, que eu acompanhei religiosamente durante o período em que este em cartaz nas telinhas da TV Cultura. Joe Cocker é um ótimo cantor interprete, pois aqui além da faixa título que é um cover dos Beatles outros covers aparecem aqui na voz desse britânico de alma negra. A primeira vez que tive álbum em mãos foi na década de 1990, porém essa compra se trata de uma reposição já tardia, mas dane-se antes tarde do que nunca mais. Aqui constam versões impecáveis para Bye Bye Blackbird, Just Like Woman (Bob Dylan), mas também tem composições próprias como Marjorie, Sandpaper Cadilac e Don´t Let me be Misunderstood que dão um toque especial ao álbum e de fato o faz ser um clássico imperdível, obrigatório na estante de qualquer fã de rock. 

A faixa título faz frente a versão original, ou seja, não fica lhe devendo nada, a interpretação de Joe Cocker e da sua banda é matadora, arrasa com tudo. Outro fato interessante e que abrilhanta esta pérola é a participação de Jimmy Page (Led Zeppelin) ele toca guitarra em várias faixas e principalmente nesta. Quem gosta de rock, blues e soul não deve passar longe dele se encontra-lo em alguma gôndola.   


Esta é outra banda de peso que influenciou outras como o Van Halen e tanto é verdade que no primeiro álbum o guitarrista e os seus companheiros gravaram You Really Got Me, do primeiro álbum. Esses britânicos não ficam devendo na aos seus contemporâneos e apesar de todo talento exibido nos seus discos, o grupo não obteve os mesmos resultados como tiveram Beatles, Rolling Stones, The Who comercialmente falando, mas também isso é o de menos quando o assunto é a música, pois para as pessoas que gostam de música, do artista pouco importa quantos discos ele vendeu, o que interessa é ter o disco rolando no aparelho de som e ponto final. 

Arthur foi lançado em 1969, na época do psicodélico e esse disco capta a essência do que estava rolando e consegue ser um dos grandes álbuns do grupo e do rock também. Enfim, é uma parte que faltava ao psicodélico britânico que você pode conferir através de faixas como: Shangri-la, Victoria, Brainwashed. Essa edição é remasterizada e os bônus são faixas de primeira linha na versão mono e estéreo, enfim é uma pérola, um mimo para qualquer colecionador como é o para mim que comecei a ouvir esta banda pelo Face to Face (1966), e agora estou no meu segundo que é justamente esse.     


Clássico é isso a mente a primeira vez que coloquei esse disco para tocar. Eu conheço pouco sobre Bob Dylan, mas estou aprendendo mais, pois este é o segundo disco que compro deste cara neste ano. Eu comecei pelo Highway Revisited  51, que comprei no começo de 2010. Cada vez que pego esse disco na prateleira para escutar repito a audição pelo menos umas três vezes seguidas. Aqui o som já eletrificado, ou seja, segue essa linha, porém não deixa os elementos acústicos que o consagraram. Uma excelente banda de apoio pode fazer muito por um músico e no caso de Dylan pode-se dizer que o que não falta são talentos que trabalharam nesta obra prima ao seu lado dando vida as composições que inspiraram e ainda inspiram gerações e mais gerações. 

Tirar uma faixa para falar que ela é o hit é sacanagem, pois todas encontram-se em igualdade, porém existe uma faixa clássica desse disco All the Along Watchtower que foi coverizada por Hendrix e foi registrada em Electric Ladyland (1968) cuja versão foi mantida, mas foi tocada através do jeitinho especial do guitarrista. Eu não tenho mais o que dizer sobre este disco e por isso o que posso dizer é se tiveram oportunidade agarrem-na com dos os dentes, pés e mãos, pois é um convite para a felicidade.  


Essa é a primeira que escuto esse trabalho, pois antes só conhecia os três primeiros álbuns especialmente o disco ao vivo que é uma pedrada. A curiosidade me foi despertada pelo de já ter escutado os discos citados e então baixei em mp3 para ouvir e após conferi-lo nos mínimos detalhes decidi que ele deveria se juntar aos outros na minha prateleira e ai está ele. Esse disco é o primeiro trabalho do grupo após a morte de Duane Allman. Trata-se de um trabalho irreparável porque além de ser um clássico mostrou a força do grupo, pois o mesmo poderia seguir tocando em paz respeitando a memória de Duane. A sonoridade característica blues, jazz e country encontram-se aqui numa roupagem singular dando o ar de uma jam enorme e infinita. 

Resumido a sete faixas, Brothers and Sisters é uma aula completa sobre southern rock, as faixas que se destacam nesse álbum expressam com clareza ímpar o espírito do grupo e as habilidades de cada um dos integrantes e quando você ouve o country espirituoso de Ramblin Man, a jam instrumental Jessica, a eletrizante Come and Blues Go e também instrumental Pony Boy você sente a força da rapaziada de Macon elevada a enésima potência. Esse disco fez quarenta anos no passado e ganhou uma versão deluxe, mas a minha é a simples e independente da edição que esteja em suas mãos você vai de qualquer modo baita disco para curtir.      


Depois do Cream, do Blind Faith e do Derek and the Dominos, Eric Clapton embarcou numa carreira solo cujas composições partiram para um lado mais comercial, pop só que não deixou de fazer a sua guitarra solar por onde quer que fosse, ou seja, continuava viajando para todos os lados imagináveis e principalmente pelos inimagináveis, pois o cara vinha de um flerte com o Raggae que na época estava em alta, pois o Led Zeppelin em 1973, no seu Houses of the Holy havia lançando D´Yer Mak´er de autoria própria,  e ele por sua vez não deixou passar em branco e lançou em Ocean Boulevard 461 (1974) um belíssimo cover para I Shot the Sherif, de Bob Marley. Em 1975, no álbum There´s One in Every Crowd continuou sua aventura pelo mundo do Raggae em meio ao rock, blues gêneros onde o músico fez história.   

A onda pop continuou em No Reason to Cry, pois o pop, o rock e o blues estavam livres do Raggae que ficava para trás. Enfim, o disco marca um distanciamento maior do passado recente e já indicava as novas diretrizes sonoras de Clapton, porém o som deste álbum é refinado e apresenta-se de maneira sentimental pode-se dizer. Guitarras com riffs inteligentes e solos beirando o passional. As faixas desse disco estão por igual, ou seja, nada se destoa, porém existem alguns destaques em minha humilde opinião como Carnival, Hello Old Friend e Sign Language. É ótimo disco para sentar e ouvir sem pressa, mas não pense que você vai encontrar o mesmo Clapton que gravou Disraeli Gears, Blind Faith e o Layla porque não vai aqui você vai tê-lo numa versão mais pop, porém com o mesmo talento de sempre.     


Eu sempre quis comprar esses discos desde que os conheci em mp3, mas nem sempre os achava nem mesmo no Mercado Livre estavam disponíveis ou quando estavam os preços eram verdadeiros inimigos de meu bolso e tornavam essas aquisições algo proibido, ou seja, um sonho a se realizar num momento distante. Aqui em Ribeirão Preto as lojas de rua desapareceram faz tempo e quem assumiu o lugar delas foram as grandes redes de livraria como a Saraiva, a FNAC, a Cultura e mais recentemente a Livraria da Travessa. Cada uma tem o seu ponto forte e o seu ponto fraco e isso não é ruim porque te dá opções de compra não só de discos, mas de livros também e nessas três é um sonho o acervo de livros é difícil entrar em qualquer uma das três e sair com uma sacola sem o que você gosta de ler. 

Já em termos de material fonográfico a coisa já muda de figura, por exemplo: a Livraria da Travessa não tem nada além do que rola no mercado em sua prateleiras, mas o ponto positivo é que tem lps, mas ainda assim o negativo refere-se a variedade, pois trabalham apenas com o catálogo da Polyson e ai se você quer comprar discos de bandas ou caras como o Black Sabbath, do Bob Dylan e demais já tem que mudar de opção e o mais legal que você vai encontra-los na Livraria Cultura que em minha opinião é a que tem o melhor acervo fonográfico entre as três, pois ali os importados estavam disponíveis e não precisam ser encomendados só que os preços nem sempre são camaradas no caso dos cds no caso dos lps é caro e é recomendado esperar promoções que sempre rolam nessa loja. 

Na Cultura o acervo não se resume apenas aos lps tem os cds também e o catálogo da loja também ótimo por ser bem abrangente e por também fugir do lugar comum, ou seja, não fica atrelado ao que está na moda e então você pode encontrar nas prateleiras discos do Free, do Traffic, dos Kinks, Bob Dylan, dos Byrds e por ai vai, porém os preços variam e em alguns casos realmente alguns discos são mesmo salgados e por isso são proibitivos e no meu caso passam batidos a espera de dias melhores. A FNAC tem um acervo limitado, mas já foi melhor no que tange ao seu acervo de rock, heavy metal, pois hoje a filial deles aqui até conta com lançamentos do que rola no mercado do metal, do rock e no máximo consta os clássicos, e as obviedades e em algumas ocasiões surpreende com alguns discos que você não esperava ver por ali. Lps não são o forte do grupo e se você vai a esta loja com a intenção de encontrá-los esqueça porque o negócio ali é o cd. 

A Livraria Saraiva já ao lado da Livraria da Travessa tem o acervo mais fraco onde consta apenas lançamentos de mercado, mas não passa do óbvio e se você quiser algo diferente tem que recorrer a FNAC ou a Cultura. A Saraiva já teve dias melhores e nesses dias você encontrava desde o rock sessentista, setentista, NWOBHM até as bandas de metal extremo, mas hoje é uma sombra e deixa até má impressão. Os lançamentos que chegam na loja obedecem a demanda mercadológica e o negócio é tão mal feito que muitos encalham porque o público alvo desses álbuns geralmente não os compra então é comum ver discos bons encalhados. Atualmente não compro mais nada referente a música nesse rede e os livros hoje é raro também. 

Outras opções de compra de discos utilizadas por mim são a Die Hard uma loja especializada em rock, heavy metal que está sediada na galeria do rock e lá você encontra material além do óbvio sejam eles os já consagrados clássicos e os lançamentos que saem todos os meses em primeira mão. O atendimento na loja é ótimo e dispensa apresentações e no meu caso que moro no interior o jeito é comprar on-line, no site. Tudo o que você disponível no site eles realmente tem na loja. O site é fácil de manusear e até passa cartão de crédito de forma totalmente segura além de ser rápido, os fretes são excelentes e para quem mora na área de cobertura do e-sedex que é uma forma mais barata e também é tão rápido quando o tradicional e em alguns casos é mais barato que o pac. Outro dado do acervo é que eles possuem lps, mas não é a especialidade deles o forte deles é o cd, os preços dos lps são salgados e os dos cds no caso dos importados dependendo do álbum é salgado também, porém compensa por ser uma via de acesso ao disco que você quer. 

Além da Die Hard também tem o já conhecido Mercado Livre que reúne em si milhares de vendedores de todos os lugares do país. São ofertas de todos os tipos e os produtos ofertados atendem a todos os gostos, mas também não tem tudo. Você encontra lps, cds mais novos, importados e lacrados cujos preços batem de longe todas as lojas que eu citei até agora. Eu atualmente me divido entre Mercado Livre e livraria cultura para fazer as minhas aquisições mensais de música e em algumas exceções recorro a FNAC cujos preços também são baixos. Nos dias de hoje para comprar discos ficou fácil apesar dos preços não ajudarem muito e com as diversas opções o que nos resta é correr atrás e pesquisar muito porque dá para achar o que se gosta por um preço acessível, mas lembre-se tem que correr atrás. 
    

  










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